quarta-feira, 12 de abril de 2023

Nefrocalcinose


Atendendo a solicitação de uma de nossas seguidoras no facebook, falaremos hoje sobre a Nefrocalcinose. 

Aproveitamos para agradecer a todos que nos seguem aqui e nas outras redes sociais, além de nos colocar a disposição, para sanar quaisquer outras dúvidas de vocês em Nefrologia. Continuem mandando-nos sugestões!

Vamos à Nefrocalcinose...

É uma doença caracterizada pelo acúmulo de fosfato ou oxalato de cálcio nos rins e túbulos renais.
Os pacientes que apresentam este distúrbio podem ter ou não antecedentes de litíase renal e comumente tem alterações na excreção de cálcio na urina.
A nefrocalcinose também pode ser secundária a uma outra doença de base como  por exemplo o hiperparatireoidismo primário. Portanto com o diagnóstico da nefrocalcinose deve-se investigar outras causas subjacentes.
O paciente deverá ser acompanhado pelo nefrologista para correto diagnóstico do distúrbio urinário e principalmente acompanhamento da função renal.
         
   O diagnóstico é sugerido por exames de imagem como o Rx simples de abdome, tomografia de abdome e pelve sem contraste ou ultra-som de vias urinarias.
O tratamento baseia-se na compensação da doença de base quando presente, aumento da ingesta hídrica (>2 litros por dia), tratamento do distúrbio metabólico urinário (por exemplo diuréticos tiazidicos para hipercalciúria ou citrato de potássio nos hipocitratúricos).
            A nefrocalcinose é uma doença crônica, que merece acompanhamento para o correto diagnóstico, possível descoberta de doenças secundárias e principalmente vigilância para desenvolvimento de doença renal crônica. 


Autor: Dr Eduardo de Paiva Luciano.
Médico nefrologista pela UNIFESP/EPM; membro associado da SBN; coordenador do Centro Estadual para Tratamento de Doenças Renais do Vale do Paraíba – SP e médico nefrologista do CHEV.

Agende sua consulta com um de nossos profissionais: (11) 5080-4300 ou 5549-2554.

sexta-feira, 30 de abril de 2021

COVID-19

  O assunto do momento é a tal doença causada pelo “novo coronavírus” (SARS-CoV-2), que é chamada de COVID-19 e já faz parte do vocabulário de praticamente toda a população mundial. O termo é uma abreviação da expressão em língua inglesa “COronaVIrus Disease”, enquanto o 19 refere-se ao ano de 2019, quando os primeiros casos foram relatados em Wuhan, na China. Devido à facilidade de transmissão, o vírus se espalhou por cidades, países e continentes, sendo classificada como pandemia. Atualmente, mais de 149 milhões de casos foram registrados em todo o mundo e, no Brasil, o número de casos já ultrapassou os 14 milhões. Esta doença tem alta mortalidade e estima-se que entre 2 e 3% das pessoas acometidas irão morrer. O assunto é extenso, então, gostaria de focar a discussão nos tópicos de maior impacto: transmissão, prevenção, sintomas e tratamento.

            O SARS-CoV-2 é transmitido de pessoa a pessoa através de gotículas de saliva, espirros, tosse, catarro e contato pessoal próximo (toque ou aperto de mãos). Pode também haver transmissão através de objetos ou superfícies contaminadas, mas em menor proporção. Devemos lembrar que mesmo as pessoas sem sintomas podem transmitir a doença! A prevenção é feita de modo simples e eficaz, tendo potencial para minimizar o impacto da doença na sociedade, principalmente por evitar a sobrecarga do sistema de saúde. Assim, recomendamos:

- Lavar as mãos com água e sabão ou álcool em gel com frequência.

- Evitar tocar as mucosas dos olhos, do nariz e da boca.

- Usar máscaras.

- Usar lenço descartável para limpar o nariz; desprezar no lixo imediatamente após o uso.

- Manter os ambientes bem ventilados.

- Evitar aglomerações.

- Não compartilhar objetos de uso pessoal (talheres, pratos, copos ou garrafas).

            O método mais promissor para controle da infecção pelo SARS-CoV-2 é a vacinação. Existem muitas empresas que desenvolvem vacinas seguras e, no atual contexto da pandemia, não devemos dar preferência para uma “marca” ou outra: a que estiver disponível é bem-vinda! Os grupos com maior exposição e com maior chance de complicações graves devem ser vacinados primeiro. É importantíssimo ressaltar que as pessoas vacinadas devem manter o isolamento e as medidas comportamentais, visto que ainda podem transmitir o vírus para os outros.

              Os primeiros sintomas de uma pessoa contaminada surgem, na média, em 5 dias, podendo demorar até 14 dias; esse é o chamado “período de incubação”. A apresentação e o curso da doença são muito variados, tendo maior gravidade em pacientes idosos ou com comorbidades (obesidade, hipertensão arterial e diabetes, por exemplo). Os sintomas mais prevalentes são:

- Tosse.

- Dor muscular e/ou dor de cabeça.

- Febre.

- Falta de ar.

- Dor de garganta.

- Diarreia.

- Náuseas e vômitos.

- Alterações no cheiro (“anosmia”) e no gosto dos alimentos (“ageusia”).

- Coriza ou nariz entupido.

- Fadiga.

- Tremores.

- Confusão.

- Dor ou sensação de pressão no peito.

            O desfecho mais indesejado é a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que é caracterizada por pneumonia viral, extrema falta de ar e dependência de suporte “extra” de oxigênio, por vezes precisando de intubação e de uso de respiradores (ventilação mecânica). Conforme a doença se agrava, mais órgãos e sistemas são acometidos, podendo haver choque circulatório, lesão cardíaca, eventos tromboembólicos, complicações infecciosas e insuficiência renal.

            Não há tratamento específico para a COVID-19, apenas suporte clínico e manejo das complicações da doença. O “tratamento precoce” com ivermectina, zinco e hidroxicloroquina não é indicado, pois, além de não ter influência sobre o curso da doença, pode trazer complicações graves, como arritmias e comprometimento hepático; nenhum estudo recente que tenha significância apoia o uso destas drogas. Existe alguma evidência científica para uso de corticoides (como dexametasona), tocilizumab e remdesivir em pacientes internados, porém, a indicação deve ser bem estudada pela equipe de saúde assistente, pois nem todos podem ser aptos a receber tais medicamentos. 

            Assim, fica claro que enfrentamos uma infecção com alta transmissibilidade, morbidade e mortalidade, o que justifica as medidas de higiene, distanciamento social e vacinação. A falta de um tratamento específico colabora para a fatalidade, para o alto tempo de internação hospitalar e para o esgotamento dos recursos de saúde. Não recomendamos o uso de drogas para tratamento precoce e ainda precisamos de mais estudos para estabelecer as melhores condutas para pacientes que contraíram o vírus. A prevenção continua sendo a melhor medida para controle da doença. 


Autor: Dr Eduardo Henrique Costa Tibali
Médico nefrologista pela UNIFESP/EPM e médico nefrologista do CHEV.

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